Presidente escolhido! O que fazer para meu futuro financeiro?

Autor: Marcel S. Cabral

Há cerca de dois anos, quando o resultado das urnas americanas saiu, resolvi escrever um texto sobre o que esperar do mercado dado o resultado por lá. Se tem curiosidade em ler ele é só clicar aqui.

Passado esse prazo, temos a mesma situação acontecendo no Brasil.  Após a mais acirrada disputa eleitoral para presidente da história, o resultado saiu. E saiu com uma pequena margem de aprovação ao vencedor.

Não queremos aqui levantar ou fortalecer polêmicas sobre questões ideológicas, políticas, morais, jurídicas ou outras que fogem do nosso escopo, até porquê, mesmo que correlatas a nossa atividade, o nosso foco é mostrar como você pode lidar com as finanças nos mais distintos cenários.

E, para isso, partindo da premissa que se tenha um fonte de renda e o objetivo é o de formar patrimônio, vamos dividir esse texto em duas visões amplas: a visão do passivo (suas dívidas) e a visão do ativo (seus investimentos).

No campo das dívidas, talvez você ou alguém da sua família precise de algumas orientações adicionais. Digo isso porque um relatório mensal da Confederação Nacional do Comércio aponta que mais de 79% das famílias pesquisadas em setembro de 2022 possuem dívidas. Não que isso seja algo ruim, mas se há incapacidade de pagamento, o que acontece com mais de 10% das famílias pesquisadas, isso pode ser um grande problema.

Aqui a orientação é a seguinte: renegocie e comece liquidando as dívidas mais caras. Comece zerando o cartão de crédito e o cheque especial. Economize no início, equilibre suas contas, para quando houver sobra de dinheiro você possa pagar mais do que o valor das parcelas de outros financiamentos que você tenha. Isso vai te auxiliar a reduzir absurdamente o prazo dos outros empréstimos, como casa, carro ou outros, garantindo mais tranquilidade.

Do lado dos investimentos, temos dois lados no âmbito dos mercados financeiros, a renda fixa e a variável. Mas antes de tudo, tenha calma e caixa para aproveitar as oportunidades.  

No que tange a renda fixa, olhe as taxas e o grau de credibilidade dos agentes que emitem tais títulos. Acessando a conta de uma corretora você já tem essas informações. Escolha aqueles que se adequam ao seu caso.

No que diz respeito a renda variável, a análise pode ser mais trabalhosa. Isso porque modelos de precificação de ativos colocam na sua equação o denominado risco sistêmico, ou seja, de que modo os aspectos que fogem do controle da empresa (como um novo governo, por exemplo) podem afetar seu desempenho. Sem sinais do governo ainda é impossível avaliar isso. Nesse caso, além de entender sobre os fundamentos das empresas, é importante ficar atento a tais sinais para fazer suas alocações. Avalie que áreas o governo pode priorizar. Também adquira conhecimento sobre formas alternativas de fazer investimentos. Nesse caso, operações estruturadas e investimentos internacionais são um bom exemplo.

Independente da mudança que vier, se você quer evoluir como investidor, precisa estar atento as oportunidades que aparecem e começar já, afinal, quatro anos passam rápido.