Autor: Marcel S. Cabral
Ontem, o texto da PEC da Previdência foi entregue ao Congresso pelo próprio Presidente. Disponível para todo cidadão, a consulta da proposta está a um clique de todos com acesso à internet.
Tirei uma parte do tempo para ler as 66 páginas do documento, que incluem, além da própria proposta com seus oito capítulos, a carta do Ministro da Economia ao Presidente justificando o motivo dessa reforma.
Aqui uma sugestão, quando puderem, consultem as fontes primárias, só elas podem trazer a absoluta verdade, além de contribuir para termos nossa própria percepção dos fatos.
Entre críticas e elogios ao documento, o comportamento do governo traz lições de como as pessoas devem agir com suas próprias finanças, quando buscando sanar os problemas nessa área.
Certamente, o primeiro passo é entender a situação atual, com controle sobre o que arrecadamos e o que gastamos. Os dados apresentados no documento revelam esse entendimento.
Ele cita que saímos de uma relação de dívida/PIB de 63% em 2014 para 74% em 2017, com riscos de chegar aos 100% daqui a quatro anos se nada for feito.
Na vida pessoal, muitos enfrentam problemas semelhantes, com dívidas comprometendo boa parte da renda.
E como as pessoas podem resolver questões desse tipo?
Como dito, inicialmente devemos conhecer o tamanho do problema, o que exige controle sobre nossas finanças.
Levantada toda a informação, é necessário avaliar as soluções possíveis.
Diminuir despesas, reduzir juros das dívidas e aumentar receitas são os caminhos naturais para resolver problemas de desordem financeira.
O Governo atua numa dessas frentes com a proposta. A carta retrata que a raiz do nó do problema fiscal brasileiro é a despesa previdenciária.
Diante disso, com a proposta, sugere uma solução para essa questão que, segundo estimativas, irá gerar um impacto líquido de R$ 1,072 trilhão em 10 anos e, de R$ 4,5 trilhão em 20 anos.
Fazendo um paralelo, isso significa dizer que um indivíduo estimou em quanto pretende diminuir as despesas que têm, através de algumas economias que pode fazer.
Feita as avaliações, é hora da escolha e da implementação.
Outras propostas surgiram nas discussões sobre a previdência e, algumas ainda estão sendo avaliadas, como, por exemplo, o ingresso dos militares na reforma, o aumento do combate às fraudes e da efetividade de cobrança de dívidas ativas.
De todo modo, a proposta foi para o Congresso, agora tramitará em duas comissões especiais antes de seguir para o plenário da câmara. Ela foi selecionada e implementada!
No campo pessoal, como conduzimos essa etapa? Cortar que despesas? Inglês, natação, academia, TV por assinatura, Netflix, consumo de energia? O que é prioridade?
Escolhida a opção, é hora de agir e “passar a tesoura”.
Com esse processo, conseguimos diminuir o risco do aumento da dívida pela incapacidade de pagamento, o que inviabilizaria, como citado na carta, a geração de oportunidades.
Para o governo, a solução do problema fiscal, começando com a reforma da previdência, possibilita vislumbrar mais investimentos nas áreas que ele tem papel social, como educação, saúde e infraestrutura.
Para as pessoas, a execução de um processo semelhante, guardada suas proporções, permite começarmos a nossa vida nos investimentos e, nessa condição, ter mais qualidade além de bem usufruirmos da nossa melhor idade com as gerações futuras.
Reforme já a sua previdência!