Autor: Marcel S. Cabral
Embora os textos longos peço seu favor, leia até o fim.
Antes de tudo, o sumiço tem motivo.
Tenho estado bem atribulado com o ingresso em atividades acadêmicas desde o fim do ano passado. O ciclo da vida acadêmica é bastante prazeroso. Compartilhar conhecimentos requer aprender mais. Agora divido meu tempo entre o que já fazia e as novas atribuições.
Não cabe a justificativa, mas vale a informação pra explicar a ausência.
Volto a escrever aqui aproveitando o fim da participação em um projeto de extensão que deu novos insights para o texto de hoje.
Idealizado por um colega professor, fui convidado a participar desse projeto que compreendeu passar a mensagem de educação financeira para jovens do ensino médio de várias escolas de uma cidade do interior de meu estado natal.
Falar de educação financeira para a juventude é um desafio bem legal! Para eles, tratando de finanças, sinto que temos que ressaltar a importância do planejamento, dos controles e das ações de correção de um modo que não soe cansativo, sem teorias e sem modelos matemáticos explicando as regras do jogo.
Meu colega, além de professor um grande artista, soube explorar isso. Usou seus dotes musicais e teatrais para reter a atenção dos jovens e transmitir a ideia de que educação financeira é importante para a qualidade de vida das pessoas.
A minha mensagem foi de aproximar a juventude às novas ferramentas que podem contribuir para eles aprimorarem seus conhecimentos sobre esse assunto. A importância da discussão desse tema no ambiente escolar tem seus fundamentos científicos. Inúmeros estudos têm tratado do endividamento juvenil e seus motivos.
Ademais, um levantamento feito pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revelou que em setembro de 2018 o percentual de famílias endividadas totalizou 60,7% do total de famílias, número que nos dois meses anteriores vinha apresentando um crescimento. Ter dívidas não é ruim, mas tê-las de modo descontrolado é fator preocupante. Nesse ponto a pesquisa revela que quase 24% das dívidas estavam com atraso e, que quase 10% das famílias não tem condições de pagá-las.
Traduzindo esses percentuais em números, estamos falando de um total de 9,7 milhões de famílias endividadas, das quais 1,6 milhões não terão condições de pagar as dívidas, segundo o CNC.
Sabemos que fatores diversos influenciam essa questão, que, como exemplo, podem incluir queda de receitas e aumento de despesas. Diante dessa realidade não podemos ficar passivos, ainda mais com a responsabilidade e conhecimentos que temos.
A eficácia sobre a educação financeira e a relação com o endividamento ainda é algo sendo estudado, entretanto levar a informação acerca da importância dessa educação para as bases da nossa sociedade é um fator relevante para que, num futuro próximo, nossos jovens possam contribuir para a melhoria desses indicadores e da qualidade de vida de suas famílias.