Imagine você no meio de R$ 4 trilhões!

Autor: Marcel S. Cabral

Semana passada recebi um email com o seguinte título: “Fund industry post record net inflow in  third quarter.”

Foi o pretexto pra escrever o blog de hoje.

Recordo bem que em 2014 a indústria de fundos de investimentos nacional tinha um patrimônio de aproximadamente R$ 2,7 trilhões. Isso mesmo, trilhões!

Esse volume representava na época quase a metade do PIB do país.

A casa do trilhão foi atingida ao fim de 2007.

Agora, superamos a barreira dos R$ 4 trilhões de patrimônio. Mais ainda, no acumulado de janeiro até setembro desse ano, o fluxo líquido (excluindo as retiradas) de recursos nessa indústria, foi da ordem de R$ 220 bilhões, um recorde em toda série histórica registrada. Volumes expressivos.

Os fundos são produtos de investimento que funcionam basicamente como um condomínio, recebendo recursos dos investidores para negociar ativos financeiros para esses mesmos investidores.

Cada fundo tem sua particularidade, com destaque para a categoria a que pertencem.

Em 2015 a ANBIMA estabeleceu uma nova classificação dos fundos baseada em três níveis: a classe de ativos, o tipo de gestão e risco e a estratégia utilizada pelo fundo.

Atentando-se à classe, as que recebem mais destaque são as categorias de renda fixa, multimercado, ações e cambial. Existem outras como o FII (Fundo de Investimento Imobiliário), FIDC (Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios), previdenciários, mas só o de renda fixa é responsável em abocanhar praticamente a metade dos R$ 4 trilhões citados.

Em suma, fundos de renda fixa colocam seus recursos em ativos que têm suas condições de rentabilidade já pré-estabelecidas, como, por exemplo, títulos públicos, CDB´s e outros títulos de crédito.

Alguns desses títulos o investidor consegue acessar diretamente. Porém, questões de distribuição e montantes iniciais podem ser algumas das barreiras que impedem o investimento direto. O fundo permite esse acesso.

Assim, para escolher o fundo, a recomendação padrão é que o investidor avalie quais são os produtos que o veículo investe, o que permite entender a qual risco ele estará exposto.

Embora seja válido o jargão de que rentabilidade passada não é garantia de retorno futuro, entender o desempenho do fundo apresenta sinais de como é a gestão desse produto.

Ainda mais, existem métricas específicas para avaliar a performance desses produtos, como por exemplo, o famoso índice de Sharpe, criado pelo premiado Nobel William Sharpe, que mede o retorno em função do risco.

O Brasil é um dos maiores mercados do mundo quando falamos da indústria de fundos de investimento.

A magnitude dos números apresentados revela todo esse potencial e você, investidor, é parte fundamental disso. Mas lembre-se, se você é um iniciante ou até mesmo alguém que precisa renovar os conhecimentos, estude, que assim você consegue escolher a melhor opção entre as trilhões existentes.