Autor: Marcel S. Cabral
Na semana passada cogitei escrever sobre o assunto de hoje após uma viagem que fiz. Entretanto, por conta da notícia do prêmio Nobel, prorroguei a decisão.
O que me fez pensar no tema foi que ao longo da viagem passei por fazendas, observando o gado que nelas são criados. Tratados de forma extensiva, pastam pelos campos fazendo parte de um dos elos da cadeia produtiva pecuária.
A região que fui vive disso. Com pouca diversidade econômica, milhares de pessoas têm como renda os recursos oriundos dessa cadeia produtiva. As indústrias instaladas na região usam o gado criado nas fazendas como insumo para seu processo produtivo. Pecuaristas, agricultores, comerciantes e outros profissionais têm como alicerce essa atividade econômica.
Observando essa dinâmica pensei em falar sobre mercado futuro, um dos que fazem parte do ambiente de bolsa.
É nele que os produtores rurais podem mitigar o risco que correm com a variação da cotação da arroba do boi, garantindo hoje o preço pelo qual serão remunerados com a venda do gado que será entregue numa data futura. Se utilizando desse mercado eles estão protegidos contra eventuais quedas da cotação, porém, por outro lado, também deixam de ganhar caso ela suba. Tal processo é conhecido como hedge, um termo bastante disseminado no meio das finanças.
No mercado futuro, existe uma variedade de contratos negociados e, podemos segmentá-los basicamente em dois tipos: os contratos futuros de commodities, incluindo o de gado, soja, milho e vários outros; e os financeiros, exemplificados nos contratos futuros de índice, taxa DI e dólar, embora não limitante.
As características desse mercado são diversas, que podem ser mais exploradas em trabalhos como o de John C. Hull, um expoente professor da Universidade de Toronto que tem obras bastante conhecidas pelos acadêmicos e participantes do mercado. Mas fazendo um destaque, pontuo a questão da padronização dos contratos que tem sua relevância por facilitar a negociação entre os agentes econômicos e ser o elemento chave de distinção dos contratos negociados em outro mercado conhecido, o a termo.
O mercado a termo é basicamente aquele onde ocorrem negociações sob determinados detalhes, ou, usando outra expressão, sob determinados termos.
Embora o mercado futuro, à primeira vista, existe para garantir condições de preço e entrega futura, ele também oferece oportunidades em prazos mais curtos, incluindo em operações de day-trading.
No meu círculo, numa pesquisa breve, percebo que existe uma grande quantidade de day-traders que negociam contratos futuros, com destaque para o dólar e o índice.
O modelo de operação entre o mercado futuro e o à vista tem suas distinções, podendo ser exemplificadas nos players atuantes e na volatilidade das cotações.
Mas também tem suas semelhanças, evidenciadas, por exemplo, através da correlação entre algumas ações e o índice futuro.
Se você não é produtor e quer operar nesse mercado saiba que é possível, e mesmo que você tenha a dúvida de atuar entre o à vista e o futuro, ou mesmo os dois, entenda que o fundamental mesmo é a capacitação.
Portanto, prepare-se que o futuro lhe aguarda!